segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Vi em meu twiter uma chamada a um texto do Ariovaldo, ilustre figura,
é claro fui ler...
ta aqui um trexo, e lá no fianl o link para o tal.
agora digo: além de muito bem escrito, de sensibilidade e inteligência, um foco que perfura o mais profundo da alma, nem sei direito o porque do texto, ao que me parece num primeiro momento a quarta capa de um livro(e que venha logo), mas na boa, que seja, o mais importante é poder beber das pérolas, da pena, do Ari, que fala aqui a respeito de fazer, refazer, do que fazem conosco, do amor, do desamor, da alegria, e da dor... curta aí:
"...Pronto! Meses de angústia, e de lágrimas, e de orações aparentemente não respondidas, como num passe de mágica, estariam resolvidos com uma assinatura! Eu estaria livre!
Mas quem disse que eu queria me ver livre do que quer que fosse?
Eu havia vivido mais de duas décadas só para isso. Com acertos, com erros, com pedidos e frases de perdão, eu vivi só para o casamento: todos os sins e todos os nãos que disse, os disse para continuar o casamento. Todo o processo de desmascaramento de minha imaturidade, e todo o processo doloroso de crescimento tinha como pivô o casamento.
Eu não queria me livrar disso... Eu não sabia mais viver sem isso!
...eu tentava processar a minha dor.
Saí com aquele papel nas mãos, e aquele papel em minhas mãos era tudo o que eu conseguia sentir sem doer.
Naquela altura eu não sabia que muita coisa iria mudar, e teria de mudar para que a esperança retomasse espaço em minha vida. A culpa seria repartida. Muita coisa que entendi resolvida por palavras ditas, ainda que com sinceridade, teriam de ser revistas por mim e em mim. Muita coisa que entendi ser de menor importância teria de ser revalorada. E muita dor que nunca entendi ter provocado teria de ser assumida.
...Acalmou o meu coração! Mas se instalou um indisfarçavel medo.
Eu sou um pregador. Deus tem sido gracioso para comigo. As palavras que o Senhor tem me dito têm calado no coração de muitos irmãos e irmãs. E isso é um grande consolo. Mas, apesar disso, toda a vez que subo ao púlpito, que me é sagrado, sinto que, por mais aceito que eu seja, eu carrego um estigma, e não consigo tirar a dor de meus olhos, porque eu sei que eles estão certos, eu passei por algo que eles não querem passar e não sabem como isso pode acontecer com alguém que precisa estar no púlpito.
Mas a roda tem de girar, e gira, e Deus, que ama, nos alenta e nos faz ver o sentido que transcende!
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